OS DESAFIOS DAS MULHERES PARA LIDERAR.


Crenças limitantes bloqueiam a ascensão das mulheres a cargos de alta gestão.


Escutando diversas colegas relatarem sobre seus maiores desafios na vida profissional, liderar, me fez refletir o quanto a escuta e a comunicação impactam a harmonia da nossa vida pessoal e profissional.


Precisamos focar em liderança feminina, na prática da escuta ativa e em uma comunicação assertiva, incentivando nossas colegas a liderarem de forma autêntica, cooperativa, colaborativa e empática.


Conversando sobre as razões de as mulheres enfrentarem ainda tantas dificuldades para serem líderes mais assertivas, ouvi a falta de estímulo à expressão na educação infantil, a segregação por gênero, brinquedos dedicados às tarefas domésticas, o peso do passado da condição da mulher (como a “caçada às bruxas” das perseguições às mulheres livres em anos de inquisição), a sociedade patriarcal, pouca interação com esportes coletivos comparada aos homens, a dificuldade em dizer não, a crença do dever de estar sempre à disposição para servir em vez de se impor, entre várias outras.


Tais crenças bloqueiam, de modo inconsciente, a evolução e, consequentemente, a ascensão das mulheres a postos de liderança. Acabamos tendo nossas competências humanas menosprezadas e, reforçando a baixa autoestima, focamos em capacitações técnicas e formações acadêmicas para compensar as limitações que acreditamos ter. Porém, hoje, são as soft skills as competências mais demandadas em líderes como autoconfiança, poder de negociação, escuta ativa, motivação de pessoas em um projeto e gerenciamento de conflitos, por exemplo.


Administrarmos nossas emoções, criarmos espaços para diálogos e atentarmos ao bem-estar dos liderados são critérios de seleção de líderes em multinacionais. Além do espírito de inovação, precisamos ter consciência de muitas dessas qualidades nos serem natas e não temermos expor nossas sensibilidades e vulnerabilidades.


Já não mais vivemos os tempos dos chefes autoritários que delegam tarefas e controlam desempenho. Precisamos de uma liderança respeitosa, solidária e acolhedora.


Nós, mulheres líderes, desejamos conviver em ambiente diverso, pois sabemos que a diferença é rica, gera criatividade e alimenta visões distintas sobre a nossa realidade.


Assim, temos de ser protagonistas e deixarmos de sermos passivas ou, até mesmo, invisíveis. Além do nosso propósito profissional, temos de cumprir nossa missão de vida pessoal na sociedade. Como líder mulher, acredito ser a liderança feminina referência num futuro próximo.



Feliz Mês das Mulheres!


Fernanda Cristina dos Anjos, diretora de Comunicação Social,

Marketing e Eventos da AGECEF/SP