PERFIL

Juvandia Moreira Leite e sua trajetória marcante na representatividade sindical

Empenho, dedicação e amor à representatividade. Esses são os atributos do sucesso da sindicalista Juvandia Moreira Leite. A baiana com ideais populistas se desenvolveu na capital paulista como uma mulher forte e atuante na relação de defesa e autonomia sindical.

Nascida em Nova Soure, no agreste baiano, Juvandia Moreira Leite chegou a São Paulo no início dos anos 90. Logo, iniciou sua trajetória trabalhando no Banco Bradesco, área de câmbio. Formou-se em Direito com pós-graduação em política e relações internacionais. Começou a fazer parte do Sindicato dos Bancários de São Paulo em 1997, onde passou pela Secretaria de Assuntos Jurídicos e de Organização, foi também secretária-geral.

Em 2010, o esforço foi compensado quando assumiu a Presidência da entidade. Um grande marco, já que era a primeira mulher a presidir a instituição de quase um século de existência (em 2015 o Sindicato completou 92 anos). A confiança nela depositada foi justificada pelos números, Juvandia recebeu em sua eleição 83,5% do total de votos da categoria. Hoje, aproximadamente 142 mil bancários estão na base do Sindicato dos Bancários e financiários de São Paulo, Osasco e Região.

Comprometida e determinada, com o cargo vieram os desafios de representar um órgão tão significativo. Era preciso manter a concepção da luta intensa em defesa dos direitos dos trabalhadores. Como premissa, o compromisso com a democracia, revigorada pela transparência na ampliação da participação nos lucros e resultados. Sobre essa resistência contra os abusos, Juvandia pauta a contribuição da AGECEF/SP como um apoio de extrema relevância: “É uma entidade importante, porque dialoga com o segmento gerencial dentro da CAIXA e isso faz toda a diferença, pois traz pautas e demandas desses trabalhadores“.

Adicionada a tamanha responsabilidade, a descofiança de alguns por uma mulher representar o Sindicato. Sobre esta interferência, a Presidente reverte o pensamento com outra interpretação: “Poder estar à frente da entidade é um símbolo no movimento sindical para as mulheres trabalhadoras, pois sabemos das dificuldades da ascensão profissional.

Queremos igualdade de oportunidade para homens e mulheres, isso agrega para a construção das pautas. Orgulho-me de ser Presidente de um Sindicato que tenha esse ideal”. Conduzir a Instituição trouxe também outros ensinamentos no âmbito pessoal para a líder. “Aprendi a ver a vida de outra maneira, a ter responsabilidade, compromisso e organização de classe. Olhamos (Sindicato) para a classe trabalhadora como um todo, assim como para os problemas do país. No Sindicato você aprende que tem que desconstruir a ordem vigente e implantar uma nova e mais justa, fraterna e igualitária. Aprendemos a construir compreensão do mundo. Isso é um grande incentivo e aprendizado de vida”, finaliza.