Aproveitando o gancho da palestra sobre a “Jornada de Herói” proferida pelo professor Claudio Queiroz no último ENAGECEF, Gestores em Pauta o entrevistou novamente, desta vez, a fim de aprofundar um pouco mais acerca do conceito do “Monomito” e provocar uma reflexão associando-o aos desafios tão comumente enfrentados pelos profissionais, sobretudo, da área de gestão.

O que é a Jornada do Herói?

É o percurso que alguém faz em um objetivo de vida, de uma missão especial ou de propósito dividido em etapas. Temos várias jornadas do herói em nossa existência. Dentre elas, a jornada para o alcance da primeira função gerencial ou mesmo a jornada de uma mudança de cidade de morada; a jornada de implantação de uma nova estrutura ou de um novo projeto; temos jornadas mais longas como o casamento. A de criar e educar um filho.

Como ela se desdobra?

Em doze etapas e cada uma tem seus aprendizados e desafios.

Qual é sua missão?

Expandir a mente das pessoas para que elevem sua maturidade emocional, alcancem a autonomia, e possam “fazer escolhas conscientes” que potencializem seu nível de prosperidade e felicidade.

Quais as características inerentes de um “herói”?

São muitas como coragem, persistência, resiliência, paciência e humildade; as virtudes humanas. Acredito que quando um ser humano abraça as virtudes eleva sua capacidade de ser um Herói.

Todos nós somos ou podemos ser Heróis?

Todos somos convidados a percorrer a jornada do Herói em diferentes dimensões, estágios e momentos da vida. Alguns aceitamos, outros recusamos; em uns somos vitoriosos, em outro nos faltam algo, por exemplo, persistência e, então, fica difícil chegar até a última etapa da jornada.

Qual é a relevância dessa reflexão aos gestores?

Os Gestores de toda organização são convidados para várias jornadas. Ter consciência das etapas de cada uma prepara a alma humana para os aprendizados e desafios do processo. É muito interessante conversar com alguém sobre cada etapa de sua jornada - como obter uma promoção para uma função maior - e nesta conversa, as pessoas têm clareza que viveu uma JORNADA com várias etapas. Algumas confessam que quase desistiram, mas foram testes para o Herói chegar ao objetivo.

Como os líderes podem trazer essa dinâmica à sua vida real, sobretudo, aos constantes desafios da rotina profissional?

É interessante verem todas as etapas e se prepararem para alcançarem o êxito, lembrando que cada etapa envolve um aprendizado.

Para você, que competências os profissionais de hoje precisam desenvolver para que persigam suas jornadas e alcancem o sucesso?

Primeiro, a clareza do propósito pessoal – aí, entra a competência Visão Estratégica e as duas competências Relacionamento Intrapessoal e Interpessoal que, Daniel Goleman denominou de Inteligência Emocional. Em seguida, vem todas as competências que auxiliam no percurso como negociação, criatividade, gestão da mudança, liderança, tomada de decisão, trabalho em equipe e visão sistêmica.

Em sua opinião, o que é um verdadeiro herói?

É aquele que, de forma consciente, escolheu suas jornadas relacionadas aos seus valores, virtudes e propósito e, com muita energia, direcionou suas forças para alcançar, de forma ética, seus objetivos. É, em essência, aquele que no final das jornadas, afirma que tudo foi um aprendizado.

Como foi sua jornada de Herói?

Foram muitas, dentre elas, sair de minha cidade e superar desafios para, hoje, ser professor de pós e MBA das melhores instituições de ensino superior e palestrante no cenário competitivo do Brasil. É uma jornada com várias jornadas. Somente agradeço a centenas de amigos e parceiros da CAIXA que acreditaram em mim e me auxiliaram a superar meus desafios. Superada uma jornada, a vida nos apresenta um novo convite e, assim, iniciamos uma nova. Sou muito grato à experiência da instrutória da CAIXA por 25 anos que elevou minha capacitação e modelou minha alma.

Que mensagem você deixa aos gestores?

Sejam felizes em suas escolhas de jornada. Os “inimigos” e as “provas” foram meus verdadeiros mestres para elevar minhas competências e potencializar a minha crença de que era possível. E de que eu posso.