Secretária de DHC de São Paulo fala sobre projeto Cidade Solidária à AGECEF/SP



Mês passado, a AGECEF/SP direcionou 100% das mensalidades associativas de março ao projeto Cidade Solidária, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo.


A doação equivale a 1,4 mil cestas básicas, aproximadamente, à campanha de combate à fome.


Para difundir a iniciativa aos associados, a AGECEF/SP entrevistou a secretária municipal de Diretos Humanos e Cidadania da capital paulista, Ana Claudia Carletto, que falou sobre a importância da ação e do apoio da sociedade civil para ajudar as pessoas em situação de vulnerabilidade social, tão agravada com a pandemia.


Confira:


Qual é a situação hoje das pessoas em situação de vulnerabilidade social em São Paulo, diante da pandemia?


A pandemia impactou negativamente todos os setores da sociedade, aumentando a distância social e explicitando a situação de vulnerabilidade dos paulistanos. Com a evolução das fases de restrição e o prolongamento do período de emergência na cidade, as pessoas estão enfrentando dificuldades para garantir o sustento de suas famílias, e por isso, a Prefeitura desenvolve um eixo social amplo, por meio do Programa Cidade Solidária, para que as famílias tenham acesso a iniciativas que promovem segurança alimentar, acesso à assistência social e a programas de geração de renda e empregabilidade, em uma ação conjunta das Secretarias de Direitos Humanos e Cidadania, Assistência e Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Econômico e Trabalho e Segurança Urbana.


O que a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo vem fazendo para enfrentar estas dificuldades?


Para reduzir o impacto da pandemia para essas populações, a Prefeitura de São Paulo vem trabalhando, desde março de 2020, em ações de combate à fome da população vulnerável, por meio do programa Cidade Solidária, principal ação social realizada na cidade. O Programa Cidade Solidária chegou à marca de 2,8 milhões de cestas básicas e 1 milhão e 167 mil kits de higiene e limpeza distribuídas às famílias em situação de extrema vulnerabilidade. Diariamente cerca de 30 caminhões estão circulando em todas as regiões da cidade entregando as cestas de alimentos. A estimativa é de entregar 1,5 milhão de cestas somente nesta fase o que deve levar o programa à marca de 4 milhões desde abril de 2020.


No âmbito do programa, a Prefeitura também desenvolveu em abril de 2020, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, o projeto Rede Cozinha Cidadã, que distribuiu à população de rua 222 mil litros de água, e 2.711.715 refeições, em parceria com os restaurantes credenciados. Rede Cozinha Cidadã e o Rede Cozinha Cidadã Comunidades, são iniciativas que distribuem respectivamente marmitas prontas à população em situação de rua e à população vulnerável da cidade, pessoas que vivem em regiões periféricas, onde há relatos de famílias que não estão conseguindo comprar o botijão de gás para cozinhar.


Ainda no escopo do Cidade Solidária, com o agravamento da COVID no município, a Prefeitura anunciou o lançamento da plataforma Sampa+Solidária - um site criado para apoiar a gestão dos pontos de fornecimento e distribuição de refeições oferecidas pelos equipamentos da Prefeitura e de outras 105 instituições da sociedade civil.


Diante de um público tão amplo, como a Secretaria mapeia as áreas e públicos e define os destinos dos recursos? Há uma triagem prévia por meio de um cadastro? Quais são os indicadores?


A cidade de São Paulo fez um estudo das áreas de vulnerabilidade utilizando dados do CadÚnico do governo federal, e informações das secretarias da saúde, assistência social, habitação, direitos humanos e educação. Este estudo foi georreferenciado e resultou em um mapa das áreas mais vulneráveis da cidade, possibilitando uma classificação destas áreas em 11 diferentes categorias de vulnerabilidade, sendo a categoria 1, a mais vulnerável e a 11, a de menor vulnerabilidade.


Este é o principal parâmetro para o estabelecimento de prioridades na distribuição de cestas básicas na cidade de São Paulo, pelo programa Cidade Solidária e também para as demais ações de distribuição de refeições prontas pelos programas Rede Cozinha Cidadã e Rede Cozinha Cidadã Comunidades.


Quais têm sido os principais públicos atendidos: comunidades, lideranças comunitárias, entidades sociais intermediadoras?


O público atendido pelas ações realizadas pela Prefeitura durante o período de pandemia é população em situação de rua, pessoas idosas, mulheres, crianças e adolescentes, população imigrante, negros, indígenas, população jovem e toda a população em situação vulnerável na cidade. A distribuição diária de cestas básicas e produtos de higiene e limpeza do programa Cidade Solidária é realizada em todas as regiões de São Paulo, por meio do cadastramento de instituições sociais e organizações no site spcidadesolidaria.org.br


Como é a logística de distribuição das cestas doadas e adquiridas?


O principal centro logístico do programa Cidade Solidária, é o galpão da Cruz Vermelha localizado na Av. Moreira Guimarães, 699 – Indianápolis, zona sul da capital paulista, para onde convergem as cestas compradas diretamente pela Prefeitura, encaminhadas por seus fornecedores e as doações recebidas nos 21 equipamentos de direitos humanos que servem de pontos de coleta na cidade. De lá, todas as manhãs, cerca de 30 caminhões de uma empresa contratada para logística, partem para realizar as entregas nas organizações cadastradas no Portal 156 da Prefeitura. Estas organizações sem fins lucrativos, parceiras do programa, fazem a distribuição para as famílias vulneráveis que atendem.


Como é a recepção das doações?


Nos 21 pontos de coleta de alimentos e produtos de higiene e limpeza disponíveis na cidade, é possível realizar a doação de itens da cesta básica. Com os produtos, a Cruz Vermelha prepara a montagem das cestas e encaminha para o transporte realizado pela logística. As doações em dinheiro são direcionadas para a compra de cestas básicas ou itens necessários para completar a formação das cestas, ou para a compra de kits de higiene e limpeza que também são doados pelo programa, de modo que cada centavo doado é destinado diretamente à população assistida.


Como a sociedade pode apoiar esta importante causa?


A população em geral pode ajudar doando alimentos e produtos para compor a cesta básica nos pontos de coleta espalhados por todas as regiões de São Paulo. São 21 equipamentos de direitos humanos e ainda o galpão da Cruz Vermelha de portas abertas para receber os itens doados pela população e prontos para fazer chegar esses produtos na casa de quem mais precisa. A população pode colaborar também ajudando a conscientizar vizinhos e amigos, para a importância da campanha, e ainda compartilhar os conteúdos e informativos disponíveis nas redes sociais da secretaria.


Instagram: (@direitoshumanos.sp)


Facebook: DireitosHumanosECidadaniaSP


As empresas podem colaborar doando itens diversos ou serviço que possa ajudar no enfrentamento à pandemia, como por exemplo, equipamentos de proteção individual (EPIs), garrafas de água, itens variados de apoio aos Centro de Referência e Acolhida da Prefeitura, entre outros.


O programa Cidade Solidária também aceita doações em dinheiro para a aquisição de mais cestas básicas para as famílias vulneráveis. Transferências bancárias de qualquer valor podem ser feitas para a conta: PMSP/SMDU-Cidade Solidária, CNPJ: 46.395.000/0001-39, Banco do Brasil, Agência 1897-X, C/C 2020-6. E há ainda a possibilidade de doação em dinheiro via PIX, pela chave: contato@spcidadesolidaria.org


Qual a importância do engajamento das organizações da sociedade civil nesta iniciativa?


O apoio da sociedade civil é essencial para a efetividade das ações sociais neste momento, pois é através da penetração dessas organizações que nos aproximamos ainda mais das famílias que realmente precisam de ajuda.


Que mensagem a senhora deixa às pessoas que contribuíram e/ou pretendem colaborar com essa ação?


Precisamos mobilizar novamente a sociedade para retomar o nível de doações neste momento mais grave da pandemia. Tudo é feito de forma muito transparente e idônea, para que as pessoas sintam segurança em participar da campanha e ajudar quem mais precisa nesse momento difícil.